Obesidade X Arritmias Cardíacas
- Dr. Fabrício
- 27 de fev. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 9 de mar. de 2020
Sabe-se que muitas das arritmias cardíacas (desordem do ritmo cardíaco normal) podem ser causadas ou agravadas devido ao estilo de vida.

Estudos demonstram que algumas pessoas que fazem uso de álcool, energéticos, café, suplementos para academia e alguns alimentos (como por exemplo chocolates) podem desencadear arritmias cardíacas. A principal delas é a FIBRILAÇÃO ATRIAL (FA), um tipo muito comum de arritmia, cuja consequência maior é o acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame.
Além disso, pacientes com pressão alta (hipertensos) não controlada, diabéticos, tabagistas, sedentários e com apneia do sono ou ronco também apresentam risco maior de desenvolver arritmias.
Recentemente, estudos têm mostrado a associação de obesidade com fibrilação atrial.
Estudo publicado na revista especializada em arritmias cardíacas Europace em agosto de 2019 mostrou que em pacientes obesos mórbidos (índice MC > 40 kg/m2 ou >35 kg/m2) submetidos à cirurgia bariátrica antes da ablação (procedimento invasivo por cateter para reversão) de FA, apresentaram menor recorrência desta arritmia.
Neste estudo, 239 pacientes obesos mórbidos foram acompanhados por um tempo médio de 22 meses antes da ablação e desses, 51 tinham sido submetidos à cirurgia bariátrica antes do procedimento de ablação da arritmia.
Após um seguimento de 36 meses (3 anos), 20% dos pacientes que realizaram cirurgia bariátrica, antes da ablação de FA, apresentaram recorrência. Já no grupo de pacientes que não fez a cirurgia bariátrica, a taxa de recorrência foi de 61%, ou seja, 3x maior.
A conclusão do estudo foi que os pacientes obesos mórbidos com fibrilação atrial submetidos a cirurgia bariátrica apresentaram menor recorrência desta arritmia.
Em resumo, o estilo de vida (peso, qualidade do sono, consumo de substâncias estimulantes, álcool, stress) está também associado ao risco de desenvolver arritmias cardíacas, independente do risco de infarto do miocárdio e AVC´s.
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